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12 de março de 2011

GAR - 12 de Março 2011

Foi extenuante mas sem dúvida que valeu a pena. Duzentas mil pessoas. 200 000!!! Um grande número sem dúvida.
Obviamente os Homens da Luta foram a principal "palavra de ordem" da manifestação. O que mais me surpreendeu foi a empatia entre várias gerações, a grande heterogeneidade de idades presentes. Não só os tipo GAR, mas jovens-adultos, jovens, algumas crianças e seus pais, avós! Fomos abordados algumas vezes por pessoas mais velhas que nos motivaram, que nos transmitiram os seus desejos, um pouco da sua sabedoria e conhecimento e conhecemos casos reais de pessoas que SOFREM com a situação precária do país.
Uma senhora que perdeu um filho com um ataque de coração dizia que tudo indica que foi o stress  por não encontrar emprego à tanto tempo (ironicamente na semana seguinte à sua morte este conseguiria entrar para a Microsoft, na sequência de uma carta com resposta positiva à entrevista de emprego). A senhora leu-nos o texto que fez para o governo... Algo que me fez ter de controlar muito para não chorar (a lágrima não escorreu, mas esteve lá).
Ainda antes fomos abordados por um septuagenário entusiasta do protesto, que viveu o 25 de Abril e nos apoiava. Insistiu na divulgação da sua admiração por um poeta, Guerra Junqueiro, e acabou por nos oferecer pequenos documentos com algumas palavras sobre o mesmo. Podem consultar aqui o meu exemplar.
Ao que parece este foi um dos poetas e escritores que na altura se opunham ao regime, demasiado lúcidos para a sua época, e quem sabe para qualquer uma.

Ficam as fotos, que por hoje o cansaço não me permite escrever mais e amanha é dia de compensar o trabalho que não fiz hoje. : )


Que giro, podia ser eu, mas com 7 anos de casa já estou a frequentar o doutoramento em caixa de Pingo Doce!

Estimou-se 200 mil pessoas no protesto só em Lisboa!!!!





Não são só jovens presentes nesta manifestação. Todas as gerações, avós, pais, filhos e netos estão solidários com a causa GAR.

Uma excelente pergunta...

Um país mais ou menos...


Assistiu-se às mais variadas formas de protesto.

Este cartaz foi o que me fez rir mais!

Centenas de registos iguais ao meu... ; )

Jel e companhia a cortar o transito do Marquês chamando os protestantes para perto deles. A polícia cedeu rapidamente à vontade da população.

3 comentários:

Margô disse...

Olá amigo, decerto te lembras de mim. hehe estive para te contactar para me juntar a voces, mas por motivos de doença e por vontade da medica fikei em casa a vervos pela tv, o que muito me emocionou. Estive la em pensamento e estou muito orgulhosa de vcs por terem ido lutar pelos que não puderam. Muito obrigada. Beijinhos

Unknown disse...

Ó querida o teu perfil está indisponível impedindo que eu realmente me lembre de ti! XD

Foi realmente tudo muito emotivo... As melhoras!

Unknown disse...

À Mocidade das Escolas

Por terra, a túnica em pedaços,
Agonizando a Pátria está.
Ó Mocidade, oiço os teus passos!...
Beija-a na fronte, ergue-a nos braços,
Não morrerá!

Com sete lanças os traidores
A trespassaram, vede lá!...
Ó Mocidade!... unge-lhe as dores,
Beija-a nas mãos, cobre-a de flores,
Não morrerá!

Turba de escravos libertina
Nem ouve os gritos que ela dá...
Ó Mocidade, ó louca heroína,
Pega na espada, arma a clavina,
Não morrerá!

Já desfalece, já descora,
Já balbucia... é morta já...
Não! Mocidade, sem demora!
Dá-lhe o teu sangue ébrio d'aurora,
Não morrerá!

Rasga o teu peito sem cautela,
Dá-lhe o teu sangue todo, vá!
Ó Mocidade heróica e bela,
Morre a cantar!... morre... porque ela
Reviverá!

8 de Dezembro de 1890.
Guerra Junqueiro