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17 de fevereiro de 2011

Geração à Rasca

É essa a nossa geração, licenciados ou não, a vida dos jovens está cada vez mais difícil.
Ontem deu na SIC Notícias uma reportagem acerca das oportunidades dos jovens versus adultos no mercado de trabalho. A perda de regalias, diferenças de ordenado e percentagem de desemprego são assustadores. Um aluno licenciado pode ficar meses, por vezes anos sem encontrar trabalho e, quem sabe, pode nem vir a encontrar na área em que estudou.
Noto alguns problemas que levam a este acontecimento. Relembro um aluno que estudou realização de cinema e não encontra nada na área em Portugal. Antigamente o curso de cinema dava acesso a trabalhos menores, e o ex-estudante progredia na sua vida profissional até chegar ao seu objectivo. Actualmente todos querem "saltar de para-quedas" para aquilo que estudaram, e de certo modo até com razão, pois têm os conhecimentos necessários para tal.
No entanto é extremamente improvável alguém começar um emprego pelo topo da hierarquia! Obviamente que eu, enquanto futuro licenciado em Química, não vou começar por lavar chão, mas a verdade é que serei tratado de igual para igual com um técnico de nível 3 ou 4 (como aliás já eu sou, e confirmei o sucedido no meu anterior estágio na Hikma Pharmaceutical).
Num outro caso da referida reportagem, um aluno que estudou hotelaria queixa-se que não tem emprego pois pedem experiência profissional, e noutros empregos com menores habilitações literárias também lhe pedem experiência. Isto não tem desculpa possível, é uma questão de bom senso da parte de quem procura emprego. O que a entidade procura saber é se se tem noção de responsabilidade, mais do que experiência profissional na área propriamente dita. Ora, se um aluno se limita a fazer um curso bolonha sem nada extra-curricular, sem um trabalho aos fim-de-semanas, ou o quer que seja, torna-se muito mais difícil que o aceitem num emprego. Isto é mais que óbvio. Logicamente, actualmente ter um mestrado é uma mais valia, pois as empresas também dão preferência a mestrado ou pré-bolonha.

Durante a reportagem reparei no "slogan" da mesma, em rodapé: "Geração à Rasca", à qual se referiram também como geração Deolinda. Foi um pouco solto, achei estranho a inicio mas depois apercebi-me que foi a única maneira de transmitirem uma ideia sem a evidenciar de forma pouco profissional como faz o Jornal da TVI.

Pesquisei e cheguei ao Blog Protesto da Geração À Rasca. Este blog está a organizar um protesto por forma a demonstrar a insatisfação dos jovens com a crescente precariedade nos subsídios, bolsas, estágios, empregos não remunerados, oportunidades e falta de aplicação dos especializados, da mão de obra de ponta que se gera no nosso país e que se vê obrigada a sair para os países que nos querem aproveitar.

Deixo-vos com o protesto, e as "palavras de ordem":
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.
 

16 de fevereiro de 2011

Erlenmeyer de ouro

Quantos filmes e músicas passam pela nossa vida? Centenas? Talvez até mais, pelo menos actualmente – note-se bem que antes havia muito menos, mas com certeza com uma grande qualidade.

 Criaram-se Óscares, Grammys, Globos de Ouro,... Enfim, tudo o imaginável para as celebridades que preenchem as prateleiras de qualquer tabacaria e que forram o quiosque da esquina num formato fundamentalista (no que toca ao cor-de-rosa e a manchetes).  Depois, fogem dos paparazzi, aparecendo sempre, claro; são notícia – casam, descasam, têm filhos, adoptam, doam dinheiro, andam sem cuecas, morrem. São pessoas. Com defeitos por vezes incompreensíveis, outras vezes já mundanos. Outros, poucos, talvez os mais velhos, os mais experientes ou os mais sinceros, vivem num glamour especial, numa passadeira vermelha invisível.


Ganham prémios e são reconhecídissimos pelo seu trabalho, pelo seu contributo a nível mundial, para a população. E são tantos os prémios.
Porque não um prémio para o melhor advogado do ano? Ou o melhor cantoneiro! Porque não o melhor recepcionista; carteiro; operador de caixa; jardineiro; médico; juiz; químico...
 

O erlenmeyer de ouro vai para... A vassora de ouro vai para... O envelope de ouro vai para... O martelo de ouro vai para...

Estas pessoas são simples, talvez bastante mais que um cantor, ou uma actriz. São homens e mulheres como estes últimos, uns vivem melhor, outros nem por isso, mas todos contribuem, de uma forma ou de outra, para a sociedade. Quem nos receberia a correspondência sem ninguém para a entregar? Quem nos venderia os bens essenciais? Quem manteria as ruas limpas e transitáveis? Quem descobriria novas curas, fabricaria novos polímeros, novos combustíveis?
Ponderando bem, o contributo que um cantor ou um actor dá à sociedade é apenas uma fracção do que esta última necessita, não deixando de ser essencial.
Que tal uns prémios, igualmente transmitidos, quem sabe até na mesma sessão que os globos de ouro, para todas as classes de trabalhadores?

15 de fevereiro de 2011

Começou

Um novo semestre começou. Horário fantástico que tenho, quase sem aulas à tarde (isto depende um pouco das práticas), e com quarta-feira livre para dormir até às tantas.
Há sempre alguns aspectos negativos também... Microbiologia tem muitos alunos inscritos. Eu disse muitos? Andamos pelos 200 alunos a respirar o mesmo ar suado de um auditório com uma péssima acústica durante uma hora e meia. Não se compreende como é que, havendo tantos alunos, não se fazem turnos nem que seja para facilitar a tarefa do professor, que tem de estar sempre a mandar calar. 
Por falar no professor de microbiologia... Nunca pensei que alguém me parecesse tão cómico ao ponto de me fazer rir cada vez que olho para ele, e não é uma patologia de foro psiquiátrico meu! Várias pessoas estavam com a mesma reacção! Ao menos isso, mesmo que não goste da cadeira, levo-a com alguma descontracção.
Enfim... Mais coisas chatas que podia aqui contar, que resumo: tenho testes, muitos, aos sábados de manha (-.-'), alguns às quartas, por vezes 2 seguidos (-.-''), e muita muita matéria para estudar desde já...

Ainda agora comecei e já me sinto cansado, mas confesso que não tenho dormido muito (o meu relógio interno ainda está em horário de férias e as greves dos comboios fazem levantar-me mais cedo).

7 de fevereiro de 2011

4º Semestre a caminho...

Ah, que bom estar de férias! (Apesar de ter um exame de melhoria amanha). Passei a estatística, o que me deixa muito feliz e descontraído. A meio do curso e sem cadeiras em atraso... Que feliz que estou! =D Fazer o 3º ano sem ter de estar a repetir cadeiras é um alívio muito grande, acreditem, pois essas cadeiras já dão muito trabalho - não esquecendo  projecto no último semestre, que vale 15 créditos.
Entretanto, os horários deviam ter saído faz hoje 8 dias, e como seria de esperar, estão atrasados, e parece que só saem "amanha de manhã". Dizem-nos para não desesperarmos, mas a verdade é que o bichinho carpinteiro vai provocar uma avalanche de log in na plataforma do CLIP que o mais provável é aquilo ir tudo a baixo. XD Ou seja, está tudo na mesma. ; )